21 de nov. de 2011

NÃO QUERO PALMAS!

                                                                                                     
                                            
  Imagem do arquivo pessoal.

    NÃO QUERO PALMAS!

 
Não gosto de palmas. Não! Gosto de palmas quando aplausos, sobretudo quando de parabéns pela nova vida que segue. E gosto de Palmas do Tocantins. Não gosto de palmas flores. Elas têm suas belezas e cores adoráveis, mas não para meu gosto.

Tudo tem uma explicação nesta vida, eu acho. E a minha é que meus avós moravam próximos a um cemitério, o Jardim da Saudade. Era lindo, bem cuidado. Não me causava medo. Até ia lá com minhas primas ver as flores do jardim e as gramas sempre verdinhas.  Já quando passavam carros com coroas de palmas era sinal de morte certa. E de morte da minha vida e das pessoas que eu amava, queria mais era distância. Daí essa proximidade de palmas com cemitérios em minhas lembranças! Foi algo que marcou uma época da vida, por isso tomei ojeriza da flor. Explicado!

Quando eu morrer, já deixo registrado, não me enviem palmas! Rosas amarelas e todas as variedades de cores dessa flor mandem aos montes que serão apreciadas ou de qualquer outra espécie da nossa rica flora.

Agora, se alguém me levar palmas, juro que me levantarei da urna funerária em protesto:

- Palmas, não! Palmas para mim, só aplausos!rs
 

 
Djanira Luz

18 de nov. de 2011

DESEJOS DE CARINHO...

                                             
                                             Imagem do meu arquivo pessoal.

DESEJOS DE CARINHO...

 
Hoje toco você através do vento que acaricia seu rosto e embaralha seus cabelos e meu abraço você poderá sentí-lo nas flores macias do seu jardim.

O Sol será meus lábios a lhe beijar quente com amor e carinho que lhe tenho. As estrelas, divertidas e sapecas, encherão seu dia de alegria com luzes cintilantes.

A Lua, misteriosa que só ela, lhe segredará o meu desejo de tantas luas passadas de tudo de bom e belo a vida toda para você!


 
 

8 de nov. de 2011

NÓ CEGO E GOSTOSURAS!


Imagem do arquivo pessoal- "Reproduzindo o passado".


NÓ CEGO E GOSTOSURAS!



Uma sacola de mercado bem fechada com um nó cego era a certeza de que dentro muitas gostosuras para minha tentação.  Parecia ouvir a voz dos meus pais: "Doce só depois das refeições, não mexam!" Vai dizer isso para mim que fui nascer com a curiosidade de um gato? Não era fácil desfazer os nós. Demorava um tempo bom. Ficava cansada e minhas unhas doíam.  Mas desistir, nem pensar!

Algumas vezes o conteúdo eram as balinhas formato de boneca ou Confeitos. Em outros momentos encontrava os deliciosos cigarrinhos de chocolate. E quando era Mirabel eu ficava toda feliz com a variedade de sabores que vinham nas caixas! Quando era pacote de balas, os sabores eram diversos: mel com recheio. Nossa que delícia! Côco queimado, cereja, Tutti Frutti
, pêra, morango, uva, damasco e canela.  Lá em casa só eu gostava das de canela, meus irmãos reclamavam da ardência na língua. Para mim acostumada com o ardor da pimenta desde os três anos de idade, bala de canela era refresco! 
E as balas Soft? O formato e a transparência me seduziam. Depois de quase morrer engasgada com uma bala Soft de caramelo não via mais graça nelas. Apavorava-me só de olhar! Aí eu comecei a questionar o motivo de terem criado uma bala redonda e escorregadia. Deveria ser para matar as crianças mesmo, pois ia direito para a garganta e ficava lá entalada deixando os pais desesperados!

Como temos um preço a pagar pela curiosidade e desobediência, meu dia haveria de chegar! Estava sobre a mesa mais uma vez, uma sacola com nó de gostosuras. Sem pensar em nada além do doce sabor, depois de tantas tentativas, desfiz o nós. É! Naquele dia, os doces estavam dentro de duas sacolas. Supresa! Não havia doce nenhum. Era uma lata de leite Ninho... Achei que papai havia posto os doces dentro da lata para ninguém mexer. E na minha cabeça de criança que muito imagina, imaginei ser algo delicioso para tanto segredo. Com a ajuda de uma colher abri a tampa da lata. Misericórida!!! Parecia haver mil demônios presos dentro dela e eu por descuido os libertara! O mau cheiro tomou conta da copa atraindo moscas para perto de mim. Dentro da lata vísceras de peixe e, pelo visto, estavam lá há mais de um dia. Aos poucos a cozinha foi ficando cheia também de gente. Meus irmãos, minha mãe e meu pai com sua cara enfezada. A coisa para mim ficou tão fedida quanto os restos mortais do peixe!

Ali todo mundo descobriu quem era a curiosa que abria a sacola antes das refeições. Bem feito para mim que aprendi a me conter depois daquele dia fétido, embora não comesse nada antes, somente gostava de ver o que estava à minha espera.

Levou-se tempo para sair o fedor da casa. Parecia impregnado em mim. O conteúdo da lata deveria ser gostosura sim para um gato de verdade, não para a mim, apenas uma menina curiosa...


Djanira Luz

7 de nov. de 2011

A VIDA E A MORTE ATRÁS DAS LENTES...


Imagem arquivo pessoal. Por Aldo Brane Luz, meu filho retrata a violência crescente das cidades, pois a morte chega-nos de imprevisto.



A VIDA E A MORTE ATRÁS DAS LENTES...

Eu não quero ver a violência nas ruas do bairro onde moro, na cidade onde vivo, no país onde nasci. Não quero saber das notícias de morte, nem você quer isto e não querem como nós os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas!

Posso afirmar com toda confiança que esses profissionais gostariam muito mais de mostrar ao mundo a descoberta da cura para o câncer. O fim da miséria. A tão sonhada paz entre povos, raças e religiões e não a violência crescente e assustadora como temos assistido.

O cinegrafista da Band não queria estar no meio do confronto registrando os últimos momentos da sua vida. Era domingo e, quem sabe, ele gostaria de estar curtindo horas de folga com a família. Talvez em uma praia do Rio ontem pela manhã.  Infelizmente não foi o que aconteceu, pois o bom profissional tem o compromisso de mostrar para o telespectador a verdade, mesmo que ela tenha a cara feia para um dia bonito de domingo.

Fotógrafos, cinegrafistas, repórteres têm a função de nos deixar informados sobre os eventos da cidade, do país e do mundo. Não para ter audiência ou venda de exemplares de jornais ou acessos na internet. Não! Geralmente as reportagens servem para nos alertar sobre a realidade que preferimos desconhecer. Muitas vezes fechamos os olhos ou evitamos olhar aquilo que incomoda.


Mostrar a criminalidade serve como denúncia para que responsáveis pela segurança pública possam tomar providências e, assim quem sabe, salvar e melhorar a vida dos cidadãos honestos.

O cinegrafista da Band morreu no exercício da profissão. A perda é irreparável para a família. Para a equipe da Band. Para os profissionais da mídia e para toda sociedade. Estou triste e de luto enquanto carioca e indignada, cansada, envergonhada de tanta violência enquanto brasileira.

Morre um pouco  de mim quando algum inocente perde sua vida bruta e estupidamente.  Meu profundo sentimento e respeito pela família do cinegrafista Gelson Domingos da Silva e meu pesar pelos bons cidadãos do Rio de Janeiro. 


Djanira Luz

4 de nov. de 2011

UM POUCO MAIS DO PRECIOSO TEMPO!


Imagem do meu arquivo pessoal - By Ana Catarina Luz, filha que amo de imensidão!


UM POUCO MAIS DO PRECIOSO TEMPO!


Queria mais tempo. Tempo para mim. Tempo para fazer as coisas que gosto. Tempo para ficar à toa. Tempo para escolher o que fazer, sem preocupações com o tempo passando e as obrigações à minha espera. Tempo livre de contemplar o céu azul e me imaginar mergulhada nele feito mar de sonhos!

Queria mais tempo também para escrever. Escreveria sobre as coisas acumuladas na minha cabeça e que não posso partilhar por falta do precioso tempo que não pára para descanso. Queria mais tempo para não deixar perder as ideias.  Elas vão se apagando da memória que não quer guardar nada além dos compromissos diários.

Queria ter mais tempo porque tem horas que surgem pensamentos bons e dariam uma história bacana, acontece que as ideias têm pressa para virarem textos. Embora que lhes peça para ficarem guardadinhas até a hora em que tenha tempo de lhes transformar em palavras reunidas, elas se vão e as perco para sempre.

Queria ter mais tempo. É! Eu bem que tentei conseguí-lo subtraindo minhas horas de sono, porém,  ao invés de aproveitar o tempo de horas reduzidas de descanso comigo e com o que me dá prazer, acabo arrumando mais compromissos e o tempo todo conseguido, outra vez fica curto e não curto nada daquilo que eu queria para mim.

Queria mais tempo. Tempo para nada. Para não fazer absolutamente nada, pois sei que não tendo nada para fazer, eu faria tudo aquilo o que realmente importa gastar tempo!




Djanira Luz

A MATEMÁTICA DA VIDA!


 

Imagem arquivo pessoal - By Ana Catarina Luz


A MATEMÁTICA DA VIDA!


Tudo é matemática. Na lembrança, a voz do professor dizendo:


“- A matemática irá acompanhá-la por toda a vida!”

Recordo que ri desconfiando desta afirmação. Estava errada! Em tudo o que faço, penso ou gosto tem a soma, a divisão, a multiplicação ou a subtração de alguma coisa.

E assim tem sido. Quando dois que se amam, somam-se em alegria na terceira vida que chega.  Filho querido. Na separação, subtrai-se muito mais do que bens materiais. O que foram dois, torna-se um.  E solitários ficam outra vez.

Na receita do bolo, um punhado disto e daquilo outro. Não houver a quantidade exata de ingredientes,  a massa não vai dar certo! Para o preparo da droga que cura, a exatidão na dose é vital. Se para mais ou pare menos, grande diferença. Uma fina e tênue distância entre a cura e o veneno. É bem verdade o dito “o que faz o veneno é dose”. Por isso da importância de cálculos precisos.

Gosto de multiplicar sorrisos quando estou ao lado de pessoas agradáveis. Somamos e multiplicamos geralmente o lado bom da vida: alegria, fé, esperança, sonhos...  E quando dividimos nossas dores, elas diminuem!

Ruim é a matemática dos desonestos que somam para si riquezas, subtraindo benefícios para quem verdadeiramente precisa. Pessoas egoístas e sem ética não conhecem as operações da divisão! Com certeza não foi aluno do professor Roberto! Duvido que ele aprovaria quem não soubesse o básico para se tornar um cidadão honesto e íntegro.

Sim, professor Roberto! Estava certo. Em tudo o que vejo e penso, a matemática está viva, presente. Fazendo parte da minha história de vida.  Até para tocar violão precisa-se do plano cartesiano para entender as vibrações das cordas!

E assim somo conhecimento a cada aniversário. Divido abraços e beijos. Multiplico alegrias e subtraio tristezas. No fim das contas, belo saldo positivo!

 


 
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