A imagem desta página foi retirada da busca Google. Caso seja sua criação e não autorize postá-la, por favor avise-me que retirarei imediatamente. Obrigada!
A LIÇÃO DO CUPIM...
A visão da velha árvore carcomida pelos cupins transportou-me de volta aos primeiros anos de escola onde apelidei um colega de “Zé Traça” por ter o péssimo hábito de roer lápis. Seus ou de alguém da turma.
Cuidava do meu material escolar com capricho e adorava o lápis com bandeirinhas de diversos países. Quando o menino quis devolver-me recusei aceitar por estar mordido e babado. Fiquei chateada e enojada com a falta de zelo e o desrespeito do garoto. Toda vez que o via surgia-me em mente o apelido. Embora desejasse, nunca lhe chamei de “Zé Traça”. Era uma desforra silente, secreta. Coisa cândida da idade.
Muito tempo se passou e observo em diversos adultos a mesma mania da criança Zé Traça em roer lápis. Será resquício do vício infantil de pôr tudo na boca? Será que o estresse da vida agitada é aliviado com a Terapia do Lápis Roído? Quem explica!?
No decorrer da minha caminhada em busca do saber de todas as coisas, descobri que para tudo há razão de ser. O que para mim era agressão, o ataque dos cupins a velha árvore já entendo necessário para as plantas ao seu redor. É preciso que a árvore tombe para que outras plantas alimentem-se de seus nutrientes. Assim poderão crescer fortes cumprindo o ciclo da vida.
E o lápis roído do “Zé traça”? Ah, serviu para frutificarem em mim muitas ideias, a começar pelo apelido! Depois desse episódio, aos oito anos, escrevi meu primeiro pensamento: O lápis sobe e desce na minha mão, em vão. Nada sai de dentro do lápis, nada sai de dentro de mim... E não parei mais de inventar.
Hoje quando vejo um lápis mordido ou uma árvore destruída, eu entendo coisas novas estão para nascer!
Djanira Luz