29 de mar. de 2010

BALANÇOS DA VIDA!




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BALANÇOS DA VIDA!

No balanço, a menina
embala sonhos
embaraça os cabelos
viaja em altos voos
vento a faz sorrir...

No balançar da rede,
suspira a mulher de paixão
embaralha-lhe o coração
Saudade do homem amado
vento seca-lhes as lágrimas...

No balançar da cadeira
recorda a idosa, idos dias
confunde-lhe já, as ideias
memórias quase apagadas
vento dissipa o passado...

No balançar do destino
sonhos, saudades, realizações
rodopio de alegrias e lembranças
vidas em plenitude e beleza
vento refrescando esperanças...




Djanira Luz

UM GATO NO AQUÁRIO!!! (HUMOR NEGRO)




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UM GATO NO AQUÁRIO!!! (HUMOR NEGRO)



Amancheceu xingando a quinta geração daquele gato descarado que passou a noite inteira miando apaixonado para a Lua em cima do telhado, deixando-a quase noite toda acordada, incomodada com a cantoria dos dias de cio. Dirigiu-se para o banheiro na esperança de que o banho recobraria suas forças para suportar a lida da nova semana.

Banho tomado, alma e corpos refeitos, ouviu um barulho na copa. Imaginou que o peixe estivesse com fome. Era assim que avisava quando queria ganhar umas iscas. Saltava até quase pular fora do aquário deixando o chão todo molhado.

Acontece que a visão que Júlia teve ao se aproximar do aquário deixou-a de cabelos em pé e pêlos eriçados. O enorme gato preto da cantoria havia invadido-lhe a casa e na tentativa de fazer do peixe seu café da manhã, caiu dentro do aquário! A imagem do gato na água o fez ficar enorme, com olhos esbulhados tentando sair lá de dentro. O peixe agitava-se desesperadamente dando voltas ao redor do gato que se debatia, mostrava os dentes afiados. Não mais querendo devorar o saboroso banquete e sim fugir daquela armadilha que a gula o fizera prisioneiro.

Júlia gritava:

-Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! O que faço? – Não havia mais ninguém em casa e como tinha horror a gatos, estava descartada toda possibilidade da Júlia ser a salvadora do gato ladrão miador das noitadas!

O gato olhava com olhos de terror para a mulher. A mulher com mais pavor retribuía o olhar do gato. O negro gato virava feito crocodilo quando pega uma vítima. A cena era deveras asssustadora. O coração de Júlia batia a mil por hora. O som borbulhante que o gato fazia dentro do aquário deixava os nervos da mulher entrar em ebulição. Sem saber o que fazer, Júlia foi até o quarto e sem noção da atitude, pegou a câmera fotográfica para registrar a cena inusitada e horrenda.

Um gato no aquário! Tremendo mais que bambu em dias de ventania, Júlia tirou duas fotos do gato de olhos esbugalhados. Em seguida pôs na opção de filmagem e ficou por alguns minutos registrando a agonia do gato. De repente, uma grande compaixão tomou conta da mulher, pois percebeu que gato infeliz ia perdendo as forças. Não! Ele não podia morrer! Como que saísse do transe por não tomar atitude sensata e esperada de resgatar o gato, Júlia corre até a rua. Chama o vizinho para lhe auxiliar na salvação do felino.

Ao se deparar com aquela estranha cena, Jonas deu uma gargalhada e disse:

- Vai, mané querer comer peixe sem pagar! – E olhando para Júlia continuou. – Eu acho que não tenho coragem de tirar este gato do aquário não, Júlia! Gato acuado fica arisco e agressivo... Vou é chamar o Vado que tem mais jeito com bichos!

Da janela, Jonas gritou para o irmão:

- Vado, corre aqui, rápido!

Quando Vado entrou na copa, não achou graça. Ele amava bichos, sobretudo, os gatos. Pediu que Júlia trouxesse toalhas ou lençóis velhos para enrolar o gato. Quis também uma vassoura. Segundo ele, o gato se agarraria ao cabo da vassoura e nessa hora aproveitaria para lhe enrolar nos tecidos.

- Olha, acho melhor saírem daqui, pois o gato como está apavorado, vai ficar muito agressivo. Deixem-me só aqui.

Antes de se dirigir para a sala, Júlia deixou a câmera ligada para filmar aquele momento de resgate arriscado.

Da sala, Júlia e Jonas puderam ouvir os berros do gato e Vado suavemente dizer:

- Calma, amigo... Calma gatinho... Venha aqui que vou secá-lo...

De repente a voz do Vado alterou-se. De tranquila ficou assustada, diria até um tanto quanto apavorada:

- Não gatinho, não, nãooooooooooooooooo! Ai, gato desgraçado! Ele me mordeu!!!

O gato saltou dos braços do Vado e como se voasse correu pela casa chegando até a sala onde estavam Júlia e Jonas. O gato passou como um raio entre eles saltando em seguida pela janela ganhando a rua. Júlia havia perdido a cor e a fala. Estava paralisada de medo.

Vado apareceu com o braço sangrado por causa da mordida. Jonas, a pedido de Júlia o levaria ao hospital para fazer curativo e, talvez, tomar alguma injeção.

- Obrigada, Vado pelo que fez! O que for preciso gastar em medicamentos ou curativos, pode comprar que pagarei.

Depois de passado o susto, Júlia finalmente lembrou-se da câmera ligada. Antes, porém, foi verificar o peixe. Pareceu-lhe normal. Já nadava tranquilamente. Voltando-se para a câmera, viu a filmagem. O desespero do gato agarrando-se ao cabo da vassoura ficou entre traumático e hilário. No momento em que Vado tentava enrolar o bichano, o gato pareceu ficar ainda mais arredio e desconfiado da bondade do rapaz. Ao invés de aceitar ajuda, defendeu-se com uma generosa dentada. Atitude normal em se tratando de bicho arisco!

Claro que o vídeo foi parar na internet, obtendo admirável número de acessos. Ser humano é mesmo sádico! O que Júlia não contava era que receberia uma intimação por sadismo pela exposição e exploração do animal. Irritada, Júlia reclamou:

- Eu bem sabia que aquele gato preto pulguento me daria azar!

Nessa hora surgiu no pensamento da Júlia a imagem do gato sorrindo debochado como o famoso gato do filme Alice nos país da maravilhas. E ela quase pôde afirmar que o ouviu dizer:

“- Quem rir por último rir melhor! Miauuuuuuuuuuuuuu”

E com desejo de esganar o gato negro de sarjeta, numa insana briga com sua própria imaginação, Júlia retrucou furiosa:

“- Quem rir por último é retardaaaaaaaaado", seu gato dos infernos!”



Imagem do meu arquivo pessoal.


Adenda: Hoje durante o almoço, olhando o Oscar (Apaiari), batizado por meus filhos de "Beethoven", ocorreu-me este pensamento e fiz o conto.rs




Djanira Luz
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