2 de jun. de 2009

UM TREM DE PENSAMENTOS E LEMBRANÇAS...




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UM TREM DE PENSAMENTOS E LEMBRANÇAS...

Imaginei-me numa estação cujas ideias eram os passageiros. Em cada etapa da minha vida o trem corria de lembranças. Ora boas, ora nem tanto. E assim seguia o trem.

Na fase infância, eu percebia que o trem seguia lento como se imitasse o trote do cavalo em desfile cívico, belo e sem pressa. E se deteve por bons minutos apreciando a beleza da fase pueril. Depois seguiu...

Quando chegou na fase juventude entre lento e apressado o trem indeciso, não sabia se ficava ou se partia. Algumas vezes ele queria parar, noutras, seguir. E ficou nessa inconstância de indecisões, não sabendo se estacionava para contemplar o encanto daquele momento ou apressava-se em continuar o caminho. Embora tivesse dúvidas se deveria ou não permanecer por ali, seguiu mais uma vez...

Ao chegar à fase adulta, notei que por muitas vezes o trem acelerou tão rápido que nem foi possível atentar para o que ocorria. Cheguei mesmo a imaginar que ele descarrilaria. Não ousei pedí-lo para parar, pois experiente como era, longos anos trilhando os mesmos caminhos, haveria de saber o que fazia, certamente.

Ainda nessa fase, por alguns momentos tive a impressão de que o trem dançava, parecendo estar deveras feliz. Sim, muito satisfeito! Eram momentos de êxtase. Embora demonstrasse felicidade, de estar quase parando naquela estação da vida, houve o momento da partida.

Demonstrando um pouco de cansaço o trem ia em frente. Talvez o motivo da fadiga fosse pelos longos caminhos percorridos pelas outras fases que o deixara com o semblante desanimado. E o trem parou. Estranhei. Preocupei-me. Quis saber:

- Está sentindo alguma coisa, trem companheiro de todos os meus momentos?

- É chegada a minha hora de parar, amiga querida... – Respondeu-me o trem. Mas, em suas feições não havia dor ou amargura, antes uma expressão bela de tarefa cumprida, de trabalho realizado, de satisfação com algo grande realizado com mérito.

- Ah, mas você gostava tanto de sair por aí e eu, da sua companhia, não vai sentir saudades? A seu lado meu coração enchia-se de alegria. – Confessei-lhe. E continuei falando. – Amigo trem, reparei que por alguns momentos você diminuía ou acelerava a corrida, por que fazia aquilo?

- Gostava e ainda gosto! Sei, porém, que agora tenho minhas limitações por conta dos caminhos percorridos através dos tempos. Sentirei saudade, isto é um fato. Mas, eu terei as lembranças para acariciar meu coração, levando-me para lá, para os lugares onde fui feliz. Parame lembrar que não deixei de passar e nem de parar em nenhuma fase da vida. Vivi plenamente. E quando diminuía o curso nos meus trajetos em cada fase, eu estava apreciando os bons momentos da sua vida. E naquelas horas em que disparava, eu atravessava os momentos ruins, as lembranças que machucam o seu coração. Por isso, amiga, leve consigo somente as boas lembranças! As más você já sofreu o suficiente no tempo devido;. Era por isso eu acelerava! Para que você não tivesse tempo de levar para seu futuro lembranças que só fizeram mal. Não há por que levá-la para as novas estações. Embora muitas vezes os momentos ruins nos fazem amadurecer, não devemos carregá-las para frente pois corremos o risco de vivermos amargurados por toda a vida com as lembranças ruins. É por isso que devemos abandonar as lembranças tristes ou ruins na estação chamada Passado. É lá que elas devem permanecer...

O trem havia estacionado na terceira idade e sua bagagem era mesmo rica de beleza e ensinamentos. Aprendi tanto naquele dia, cresci mais do que em todas as estações da vida pela qual havia passado...

Hoje sei que a lembrança que deve permanecer em mim é aquela que me acrescentou algo de belo e bom, as demais que me fizeram chorar, sofrer, as deixarei lá para trás onde devem ficar, como as imagens vistas no retrovisor, pois elas surgem agradando ou não. No entanto, temos a certeza que em algum momento, elas irão desaparecer e mudar a aparência.

E você, vai aproveitar os bons momentos e levá-los na lembrança ou vai ficar estacionado na estação da dor?





Djanira Luz
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