Imagem arquivo pessoal - Viuvinha (Fluvicol nengeta)
A VIUVINHA E EU!
Da janela a via. Para lá e para cá. Ora espiando a piscina. Talvez o desejo secreto de ser peixe e nela poder dar um bom mergulho. Ora saltitante na poça da chuva. Feito menina que fui. Como a Viuvinha, eu amava tomar banho de chuva, proeza que era feita longe do censurador olhar de papai. De certo que além da bronca, boas palmadas levaria. Nos tempos em que fui menina, não havia lei a proibir cintadas ou chineladas pela bunda ou canelas afora. Teria sido beneficiada por essas proibições de corretivos que pais mais severos só sabiam resolver com a palma da mão, com a sola do chinelo ou com cintos dobrados. Como eu teria sido menos dolorida e mais feliz! Ah, deixemos as marcas dolorosas do passado e nos atemos à beleza da Viuvinha (Fluvicola nengeta) com sua diversão livre de culpas ou medos!
Cheguei a sentir meus pés e corpos frios e úmidos como se fosse eu lá no lugar da Viuvinha a dançar na chuva, deixando que as águas do céu lavassem e levassem todos as más lembranças e sentimentos do pensamento. Ando mesmo precisando aliviar a alma de preocupações. Qualquer dias desses, em que a chuva vier desacompanhada de raios e trovões, farei como a Viuvinha e me lavarei nessa água bendita que faz crescer flores e frutos. Água abençoada que fertiliza a terra e purifica-me o corpo e alma! Tomara que esse dia eu possa ter a Viuvinha como companhia de arte e avivamento!
Imagem arquivo pessoal - Viuvinha na piscina.
Djanira Luz