3 de fev. de 2010

ALEGRIA EM FLOCOS DE ALGODÃO...




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ALEGRIA EM FLOCOS DE ALGODÃO...


Não é necessário tanto para me fazer feliz. Não ganhei prêmio milionário, nem uma gorda herança. Embora pequenas coisas que receba faça tanto efeito quanto um grande presente.

Para mim basta receber uma ligação de um amigo dizendo – “sinto saudades de você”-, também um e-mail escrito - "apareça para uma conversa, saudades" - ou um abraço desinteressado de um filho, um beijo da avó querida, uma bênção da mãe que está longe, uma piada da irmã que não tem tempo, até ouvir o companheiro de longos anos usar aquelas sete letrinhas diariamente como se fosse a primeira vez ao seu ouvido – “Eu te amo”-. Ou simplesmente perceber em pequenos gestos, algum detalhe mínimo, uma frase na entrelinha, uma meia palavra que diz tanto, essas coisas que irradiam luz no dia deixando as horas alegres e o coração todo bobo de saltitar o céu de estrelas cadentes bagunceiras.

Alegria não tem preço e nem hora. Também não sei dizê-la com exatidão. Só dou uma noção porque o bom de ser feliz é sentir assim. Sem motivos grandes, sem esperá-la. E, ainda que seja transitória, que me venha vez em quando para levantar a alma, verdejando esperança na vida, no coração que não cansa de acreditar em dias azuis da cor do mar.

Hoje meu sorriso tem o tamanho do céu e mais além. Alcança estrelas, beija o mar, desliza no arco-íris e faz ciranda na curva do vento. Nossa! Sinto que minha alma está leve e parece dançar. Mal consigo terminar o texto! Descubro que a alegria é inquieta. Sim! Feito menino travesso que não para quieto, pois não pode perder nenhum sopro dos bons momentos fugidios.

Ah, seu eu pudesse escrever o que agora sinto, haveria de pôr sorrisos em cada rosto e fazer com que provassem do que tento, mas não sei dizer! Só sei ser feliz, não ouso descrever com minhas letras. Este talento é só para grandes almas. Sou apenas caminhante, uma aprendiz em definir sentimentos.

Enfim, em dias assim que estou vazando de felicidade chego achar que ofensas são fofos flocos de algodão onde posso me deitar e rolar abraçada a eles. E palavras feias são coloridas e macias jujubas. Fáceis e saborosas de serem digeridas. Desprezos são vidraças tão limpas que não as vejo, só as lindas flores do jardim através delas.

Não, eu não perco o juízo se fico tão feliz como estou neste momento. É que se estou flutuando em sorrisos não vejo erros, pois tudo fica assim tão bom!rs


Djanira Luz

COISAS DO INTERIOR...


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COISAS DO INTERIOR...


Semana passada voltava sozinha de uma viagem, dentro do ônibus via como a lua estava linda. Parecia cheia de vida. Sabe quando estamos apaixonados e sentimos que temos luz própria de tão iluminado fica o coração? Então! Deste jeito a Lua se exibia incrivelmente bela.

De repente ouço uma voz melodiosa, calma com um sotaque característico:

“- Oi, vó sou eu, fulana. Uai, não está reconhecendo a minha voz? Feliz Ano Novo. Quase um mêiss”. A jovem riu com aquela risada de felicidade e graça contagiando-me com sua alegria. Era dia vinte e nove de janeiro, por isso o motivo do riso. Imaginei que a avó havia perguntado pela vida na cidade grande, a jovem respondeu:

“- Tá bom demaiss, graças a Deuss”. Pelos uais e esticadas nas palavras, identifiquei-a como mineira. Logo em seguida ela mesmo foi dizendo coisas confirmando minhas certezas. Era inevitável não ouví-la. Parecia não se importar com os demais passageiros. E falava da família e ria e mais falava.

Havia ligado para falar sobre a festa de seu aniversário e da mãe. Na verdade a ligação foi para convidar a família a irem ao aniversário que irá acontecer no dia seis de fevereiro, sábado próximo.

Do outro ladao do ônibus, ouvia, absorvia a conversa e me vi rindo, sentindo-me feliz pela felicidade daquela jovem de voz suave e risada gostosa de quem realmente está alegre.

Pude contar cinco ligações para parentes. Ligava e pedia que avisassem aos outros familiares. Dizia que seria a festa do ano, com direito a bandas – de rock e MPB. Entre risadas e saudades, a jovem parecia tão amável com os parentes. Achei lindo aquilo. Foi o que me manteve atenta aquela conversa.

Enquanto falava, falava e ria ao celular, eu pedia a Deus que abençoasse a vida dela e que a festa seja um dia repleto de alegrias. Tudo saia melhor que o esperado. Depois de ter feito minha prece, ri sozinha porque havia feito uma oração para quem nunca vi, sequer conheço! A quem nem vi a face. Era uma voz e algumas falas que revelavam um pouco daquele coração e isto foi suficiente para desejar o bem e a felicidade a ela e a alguém mesmo não conhecendo ou estando próximo a mim.

E assim são aqueles que vêm para a cidade grande ou para outras cidades para trabalhar. Mesmo no corre-corre diário não esquecem a família e os amigos do interior. Não só do interior do estado ou do país, mas sim, daqueles que vivem no interior do coração.

Não pude ver seu rosto, quando desceu vi que era jovem, tinha os cabelos longos e cacheados. Durante as coversas usou os nomes Fernanda e Letícia. Não sei se dizia Fernanda ou Letícia para se indenfificar ou era a pessoa a quem se dirigia.

Bem, para a jovem que desceu em frente ao Hotel Bucsky‎ aqui na cidade, a
gradeço pela lição de amor e família que deu, sem mesmo desconfiar. E assim como desejo sucesso com a festa, tenha sempre motivos para sorrir, sonhar e ser feliz todo o dia ao lado dos que ama.

E você leitor também, viu? Seja feliz todo dia, ao menos um pouquinho!rs




Djanira Luz
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