7 de nov. de 2011

A VIDA E A MORTE ATRÁS DAS LENTES...


Imagem arquivo pessoal. Por Aldo Brane Luz, meu filho retrata a violência crescente das cidades, pois a morte chega-nos de imprevisto.



A VIDA E A MORTE ATRÁS DAS LENTES...

Eu não quero ver a violência nas ruas do bairro onde moro, na cidade onde vivo, no país onde nasci. Não quero saber das notícias de morte, nem você quer isto e não querem como nós os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas!

Posso afirmar com toda confiança que esses profissionais gostariam muito mais de mostrar ao mundo a descoberta da cura para o câncer. O fim da miséria. A tão sonhada paz entre povos, raças e religiões e não a violência crescente e assustadora como temos assistido.

O cinegrafista da Band não queria estar no meio do confronto registrando os últimos momentos da sua vida. Era domingo e, quem sabe, ele gostaria de estar curtindo horas de folga com a família. Talvez em uma praia do Rio ontem pela manhã.  Infelizmente não foi o que aconteceu, pois o bom profissional tem o compromisso de mostrar para o telespectador a verdade, mesmo que ela tenha a cara feia para um dia bonito de domingo.

Fotógrafos, cinegrafistas, repórteres têm a função de nos deixar informados sobre os eventos da cidade, do país e do mundo. Não para ter audiência ou venda de exemplares de jornais ou acessos na internet. Não! Geralmente as reportagens servem para nos alertar sobre a realidade que preferimos desconhecer. Muitas vezes fechamos os olhos ou evitamos olhar aquilo que incomoda.


Mostrar a criminalidade serve como denúncia para que responsáveis pela segurança pública possam tomar providências e, assim quem sabe, salvar e melhorar a vida dos cidadãos honestos.

O cinegrafista da Band morreu no exercício da profissão. A perda é irreparável para a família. Para a equipe da Band. Para os profissionais da mídia e para toda sociedade. Estou triste e de luto enquanto carioca e indignada, cansada, envergonhada de tanta violência enquanto brasileira.

Morre um pouco  de mim quando algum inocente perde sua vida bruta e estupidamente.  Meu profundo sentimento e respeito pela família do cinegrafista Gelson Domingos da Silva e meu pesar pelos bons cidadãos do Rio de Janeiro. 


Djanira Luz
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