7 de jan. de 2019

UM MAR DE DÚVIDAS...

Sou prolixa. Meu texto é como um bebê que começa a andar. Ele não anda. Corre, e voa na velocidade da luz! Daí penso no leitor, interrompo as letras, diminuo o ritmo e o tamanho do texto. Vida apressada, os leitores passam longe de escritos longos. Preferem ler diversos textos a se fixarem em um de muitas linhas. Não devo me importar se meus textos não serão lidos. Ao mesmo tempo acho ser um desperdício não lerem, porque bem podem servir para outras pessoas. É por isso que me importo e fico me questionando sobre o que é melhor. Tem horas que sinto vontade forte de escrever tudo, o que sinto e penso, sobre determinado assunto, aí vem a lógica freando impulsos. A gente que escreve corre o risco de ser mal interpretada e causar desconforto alheio. Em outro momento me isento de me incomodar com o que pensam sobre mim, porque haverá para tudo neste vasto mundo alguém que não me goste. e quem me ame além das nossas diferenças. Por vezes, me perco no vazio existencial em que me pergunto se devo continuar publicando minhas futilidades quando reconheço existirem tantos autores bem mais talentosos e preparados que eu. Nesses momentos de quase desistência, ouço da brisa o sussurro: neste mar tem peixe para todos. Então fico na expectativa de que alguns leitores mergulhem nas minhas palavras e saiam satisfeitos E depois voltem a nadar nas minhas ideias.
Djanira Luz

A BELEZA QUE TRANSPORTA... 

Outro dia em meio ao barulho criei este verso sensorial por volta das onze horas: - Há um grito no meu silêncio que só Deus escuta -. Sabe aquele dia repleto de preocupação e aborrecimentos em que você mantém o equilíbrio e harmonia, mas por dentro um grito ensurdecedor? Então! Mais de uma hora na fila para pagar a blusa perfeita para o meu gosto, tendo que aguentar aquele zun-zun-zun de shopping em fim de ano, além de tantos compromissos para cumprir e obrigações para resolver. Fui salva pela boa música ao vivo vinda de algum canto do ambiente. Deixei-me conduzir pela bela voz, e como passe de mágica, me teletransportei para longe do local que me encontrava. Estive tão absorta que me surpreendi quando ouvi, dinheiro ou cartão?. A imensa fila havia se desfeito tão rápido enquanto distraí a mente com algo agradável. Retornei para a realidade mais aliviada dos desconfortos da espera, e agradecida pela beleza do momento proporcionada por um cantor incógnito .
 

A ESPERANÇA ME ABANDONOU... 

Tudo ficou vazio. Sem brilho e cor. Na expressão do rosto refletida toda dor e uma desilusão infinita. Nada mais me importava. O perfume das flores se tornara indiferente, e o alimento preferido ficara insípido. Havia escolhas a serem feitas, e disposição alguma para qualquer uma delas. Já nem sabia qual caminho seguir. Era como se o nada do princípio de tudo, do antes da Criação de Deus, me tivesse coberto com seu manto de ausências dos sentires, das vontades e dos ânimos. A boca desconhecia o sorriso. O coração, o entusiasmo. Quando a esperança me abandonou, a mente estacionou exausta e confusa sem saber como reagir. Era como se braços e pernas estivessem acorrentados a toneladas de peso, e de tanta apatia, que aos poucos fui achando confortável a condição em que me encontrava. Esse é estágio perigoso! O da desistência da luta, e da conformidade com o que é nocivo. De repente me vi afundando em profundo desgosto, e quase já não conseguia respirar. Foi aí que tive por ímpeto uma reação, e gritei acende a luz. Acordei de um pulo! Dei cabo ao tétrico pesadelo. Depois dos exageros da Ceia de Natal é comum esses assombros noturnos...
Djanira Luz


UMA RIQUEZA QUE NOS CERCA
Há pássaros nas copas das árvores prontos a nos preparar uma orquestra com seus cantos maviosos. E uma pintura divina nas flores do jardim com borboletas, joaninhas e uma infinidade de insetos coloridos, é convite à inspiração em mais um novo dia. E a música do mar, do vento, e da voz? Essa nos abrem universos paralelos em viagens psicodélicas. Aquela boa conversa em roda de amigos a nos arrancar gostosas gargalhadas. Tem ainda o olhar inocente da criança capaz de amaciar o mais pétreo coração. Existem passeios que são bálsamos, e lugares que lavam a alma, e posso até acreditar que são fontes que rejuvenescem de tão bem que fazem ao espírito. A conversa íntima, silenciosa e contemplativa que temos com o mar a nos embalar nas ondas que harmonizam a mente e o corpo inteiro. Não posso deixar de mencionar os livros, eles provocam o pensamento, abrem portas para o desconhecido, e ampliam o conhecimento. Há leituras que nos comovem tanto ou nos desanimam, de tão fortes e reais estão inseridas em suas letras. Outras, no entanto, nos elevam e envaidecem, sentimos ser os heróis e vencedores do livro. Já em outras leituras nos tornamos muito críticos, acreditamos ser capazes de uma escrita bem melhor que a lida. Por tudo isso bendigo a vida! Graças a essas maravilhas podemos nos alegrar, além do monótono cotidiano, porque temos muito para nos preencher nos intervalos da vida atarefada.
Aproveite todo momento precioso, e toda beleza ao redor! Feliz Ano Novo!
Djanira Luz
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