UM MAR DE DÚVIDAS...
Sou prolixa. Meu texto é como um bebê que começa a andar. Ele não anda. Corre, e voa na velocidade da luz! Daí penso no leitor, interrompo as letras, diminuo o ritmo e o tamanho do texto. Vida apressada, os leitores passam longe de escritos longos. Preferem ler diversos textos a se fixarem em um de muitas linhas. Não devo me importar se meus textos não serão lidos. Ao mesmo tempo acho ser um desperdício não lerem, porque bem podem servir para outras pessoas. É por isso que me importo e fico me questionando sobre o que é melhor. Tem horas que sinto vontade forte de escrever tudo, o que sinto e penso, sobre determinado assunto, aí vem a lógica freando impulsos. A gente que escreve corre o risco de ser mal interpretada e causar desconforto alheio. Em outro momento me isento de me incomodar com o que pensam sobre mim, porque haverá para tudo neste vasto mundo alguém que não me goste. e quem me ame além das nossas diferenças. Por vezes, me perco no vazio existencial em que me pergunto se devo continuar publicando minhas futilidades quando reconheço existirem tantos autores bem mais talentosos e preparados que eu. Nesses momentos de quase desistência, ouço da brisa o sussurro: neste mar tem peixe para todos. Então fico na expectativa de que alguns leitores mergulhem nas minhas palavras e saiam satisfeitos E depois voltem a nadar nas minhas ideias.
Djanira Luz