14 de out. de 2009

O GATO DA SOLIDÃO...


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O GATO DA SOLIDÃO...


Não que seja regra ou possa traçar perfil por conta desta minha observação. Mas geralmente percebo quando uma pessoa perde o namorado, se divorcia, fica viúva, os filhos casam ou vão morar sozinhos, ou mesmo não consegue ou não quer ter filhos, opta por adotar um gato como companheiro inseparável para lhe preencher os momentos de solidão.

Ocorre que algumas vezes, mesmo a pessoa tendo companhia em casa, sente solidão e falta de afeto, por isso encontra na figura felina o conforto que não tem ao lado dos companheiros no lar. Deve ser porque gato tem aquela coisa de ficar enroscando nas nossas pernas, de grudar feito um bicho carente de mimos. Penso que seja por conta disso que é preferido pela maioria das pessoas. Esse contato físico, esse dengo, essa carinho de certa forma preenche a falta de alguém.

Bom de se ter gato é que ele é asseado e faz suas necessidades fisiológicas longe da vista do dono e as enterra. Diferente dos cães que comem quatrocentos gramas de ração e defecam dois quilos pelo quintal.

Não sou especialista analisando, apenas uma curiosa como um gato astuto que fica espreitando comportamentos. Cheguei a esta conclusão após perceber uma grande maioria de idosos com seus adoráveis felinos. O gato feliz pelos cuidados, o idoso satisfeito com a companhia que o livra da solidão. Uma troca justa e louvável.

Se algum dia me sentir sozinha penso que terei problemas. Meus primeiros contatos com gatos não foram dos mais agradáveis. Quando pequena fui acarinhar um gatinho e ele me deixou o pulso sangrando com quatro riscos longos. Motivo suficiente para me manter bem longe deles. Passados os anos, novamente arrisquei uma aproximação com um felino para retirar aquela imagem negativa da memória. Outra vez fui arranhada, dessa vez na mão. Desisti de vez da amizade.

Apesar de admirá-los é eu cá e eles bem lá no colo confortável dos seus donos. Prefiro vê-los em calendários e revistas. Duas vezes arranhada foi o suficiente para que eu entenda que "nem todos os caminhos são para todos os caminhantes."(Goethe).

Algo entre mim e os gatos não combina. Talvez este meu jeito desconfiado e arisco de ser faça com que eu seja uma rival para eles. Coisa de espíritos! Vai entender... Para minha solidão quando os filhos forem viver o futuro que lhes aguarda, deverei viajar mais, fazer algum curso e para os momentos em que a falta de companhia me apertar o peito a ponto de incomodar, então arranjarei um lindo e belo gato persa, de pelúcia, é claro!rs

Espero que minha liberdade de expressão não seja interpretada como rótulo de nada. Pois não foi essa a intenção, mas de expôr minhas ideias tão somente.rs




Djanira Luz

UM FINAL PARA UM NOVO AMOR...


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UM FINAL PARA UM NOVO AMOR...


Quando precisam sair, o casal só confia em deixar sua linda filhinha com a gentil cunhada, irmã da mãe. Sempre prestativa e com o sorriso que tranquilizava qualquer coração de pais, Amanda era uma mulher muito agradável além da bela aparência que aumentava seu carisma.

- Podem ir tranquilos que seremos invadidas por fadas, duendes, bruxas, magos. Visitaremos museus, castelos, grutas. Provaremos de todos os sentidos, do medo ao amor, mas no fim da história tudo acabará em festa! – Confortou Amanda para o jovem casal.

Sabiam que poderiam aproveitar a noite, pois a pequena Jully de quatro anos não teria melhor companhia do que a da Fada “Amandrinha”. Sim, a ternura e a simpatia faziam da Amanda uma verdadeira fada com seus encantos.

-Então, minha princesinha Jully! Qual será nossa aventura desta noite? – Fazendo cócegas na menina, Amanda já a atiçava prometendo uma noite de muitas brincadeira e historinhas maravilhosas que Jully amava ouvir.

- Tia, você quer brincar de esconder? - Indagou a saltitante menina.

- Claro! Vou começar a contar! Já! - Amanda amava a sobrinha e aquelas horas eram mesmo mágicas.

Depois de muita diversão, do leite antes de ir para cama, Jully com seus livros nas mãos entrega-os para a tia dizendo:

- Vamos começar pela Rapunzel dos cabelos cor de mel! – Disse a empolgada menininha.

Após ouvir a quarta história, entre goles de água e risadas, Jully pede uma história pouco conhecida. Amanda fica intrigada pela sobrinha ainda pequena gostar de um história de final tão forte. Apesar de ser um conto infantil, era uma história verdadeira, sem máscaras ou enfeites como os contos que habitualmente lia para a menina. Mas como Jully insistia naquele livro, atendeu ao apelo da pequenina.

Acontece que quando faltava apenas uma página para o fim do conto, a menina grita:

- Tia! Para e começa tudo de novo, por favor... – Havia uma preocupação suave na expressão da menina. Amanda sorrindo acatou mais esse pedido de Jully, pois imaginou que a menina não tivesse compreendido bem a história.

Na segunda vez em que Jully interrompeu Amanda na mesma página, a tia questionou:

- Por que, meu bem? Você não quer saber o final da história?

- Não, tia... Eu já sei o final. A mamãe já leu para mim quando pedi. – Respondeu a menina com certa melancolia.

-Ah... Já conhece essa história... Então por que não deixa eu ir até o fim? – Curiosa, quis saber a tia.

- Porque a moça fica sozinha sem seu namorado e eu fico triste e choro... – Confessou a pequena Jully.

-Ô, minha linda... A vida é assim, nem sempre o final sai do jeito que queremos, mas precisamos virar a página e fechar o livro. Toda história precisa de um fim. Seja bom ou não, é necessário que se coloque um ponto final. A vida precisa seguir para que possamos começar uma nova história... - Explicou Amanda.

Mas Jully nem ouviu a explicação, pois adormeceu com os afagos feitos pela tia em seus cabelos. Amanda deu um beijo na menina e saindo da história do livro voltou-se para sua realidade e viu o quanto de semelhança havia no fim daquele conto com a sua vida atual. Quantas vezes não agiu inconscientemente como a pequena Jully, quis pular algumas páginas da sua vida e em outros momentos, tentou voltar algumas para mudar o final.

Amanda estava vivendo um momento assim. Fugia da verdade do fim, era doído aceitar que seu verdadeiro amor tinha terminado como o conto que acabara de ler. Duas vidas que haviam se tornado uma de tanto amor e de repente ela se via ali metade, sozinha. Tinha convicção de que não teria outra saída senão encerrar aquele romance. Pôr um ponto final, um desfecho ainda que sofresse. Não poderia imitar o gesto da sobrinha de evitar o fato com medo de viver a dor do triste fim, da separação para sempre.

Acariciando os cabelos da sobrinha, segredou-lhe:

- Está certa, meu amorzinho em querer evitar o final por não querer sofrer. Também não gosto dessa dor que vai em mim. Você me passou uma grande lição sem saber. Hoje aprendi que devo pôr um ponto final e me dar a chance de uma nova história. Mesmo que eu sofra um pouco, estarei aberta para um novo amor.

A pequena Jully mal sabia que com sua inocência havia começado naquela noite uma nova história com promessas de um grande e belo amor...






Djanira Luz
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