Imagem Arquivo Pessoal
NUNCA ABRACEI MEU PAI!
Nunca abracei meu pai. E mais o tempo passa, menos o tenho. Menos também a chance do abraço acontecer.
Com a chegada dos muitos anos, a hora da sua partida é inevitável. Todos passam por esse momento difícil da perda e fico na ilusão de querer adiar o dia da despedida final. Enganando o tempo. Congelando as horas. Mas não tem jeito! Ela virá. Ouço o barulho dos seus pesados passos aproximando-se cada vez que vejo meu velho pai.
A rigidez como criou os filhos erguendo muralhas entre nós, destruiu a ponte que nos leva ao abraço de pai. Outros tempos onde o respeito para ele era a decência da não aproximação.
Hoje meus filhos no colo do pai, na liberdade de abraços e beijos me dá mais vontade de abraçar o meu. Terei coragem, meu Deus? Haverá tempo para o primeiro e último abraço?