Eis que vim envolta Em Quatro Elementos - Sou maioria água, ser humano é assim; sou fogo quando necessário; sou terra, de mim brotaram frutos; sou ar, minha imaginação me permite voar... Sou feminina e forte como a mulher Mãe Natureza! ;Djanira Luz Todos textos, poesias ou frases neste Blog são de minha autoria. dj@
27 de abr. de 2010
UM TESOURO DE MENINA! (Da série – Ai, Que SAUDADE...)
Imagem do meu arquivo pessoal - A árvore da Dja menina...rs
UM TESOURO DE MENINA!
(Da série – Ai, Que SAUDADE...)
Quando bem pequena e as ideias eram caraminholas doidas de menina que não sabe nada da vida, eu tinha um tesouro. Para os adultos, era quinquilharia. Para outras crianças, fortuna!
Eram tampinhas de refrigerantes, aneizinhos de doce, uns sapatinhos de boneca, pedacinhos de tecidos coloridos, botões transparentes (adoro desde de guria, objetos transparentes) e tinha, ainda, alguns carreteis de linha vazios que conseguia com a costureira. Não sei o motivo de gostar tanto daqueles carreteis! Eram simples de plástico laranja. Para mim, eram como fossem de ouro tanto que gostava deles. Vai entender! Enfim, guardava um monte de tralha. Só tinha mesmo valor para o rico coração de criança em idade da inocência. Haverá algum menino ou menina que nunca teve seu tesouro ou segredinho?
No quintal lá de casa havia uma mangueira linda e frondosa. Foi o lugar escolhido para enterrar meu tesouro. Num pedaço de papel tentei desenhar o que deveria ser uma árvore. Puxa! Ainda é nítida a lembrança da árvore desenhada. Engraçado é que a era uma mangueira, no entanto, desenhei frutinhas vermelhas no formato de maçãs. Ah, coisa boa fui eu menina! Tive liberdade para modificar até mesmo a natureza sem nenhuma culpa ou punição divina!
Depois da árvore desenhada, eu contava os passos e marcava um X para saber o exato local onde havia enterrado o baú de riquezas. Vez em quando ia lá desenterrar para conferir se estava bem guardado.
Naquele ano choveu muito. Quando fui verificar meu tesouro, encontrei a caixa de sapato desfeita e meu rico tesouro espalhado. Lembro de ter ficado brava crendo que algum irmão havia remexido as minhas coisas, os meus segredos bem enterrados. Só mais tarde entendi que a culpada era a dona chuva! Já não guardaria mais em caixas de papel. Coloquei tudo em sacola plástica e devolvi ao local marcado.
Passou-se o tempo das férias. Com outras ocupações dos dias de aula fui esquecendo-me do tesouro. Um dia fui a busca dele e para minha tristeza não encontrei a linda mangueira. Haviam homens remexendo o local do meu tesouro! Papai os contratara para arrancar a árvore que estava morrendo. Perguntei aos homens pelo meu tesouro. Tesouro? Estranharam e começaram a procurar sabe-se lá o quê. Nada encontraram de valor. Só depois entenderam que o “tesouro” era aquele monte de lixo que haviam posto fora no caminhão junto com a árvore morta. Era tarde! Já tinha ido embora para longe.
De repente me vi pobre. Sem castelos. Sem reinado. Já não era uma princesa. Apenas simples menina sem tesouros. E chorei. Daquele dia em diante não quis saber de enterrar nada! Arranjei uma caixinha de madeira onde guardei todo novo tesouro debaixo da cama. Outra vez era uma princesa! Segura da chuva e das investidas dos homens.
A imagem acima foi retirada da busca Google, caso seja sua criação e não autorize postá-la, favor entrar em contato comigo que retirarei imediatamente. Obrigada!
Djanira Luz
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