Imagem do meu arquivo pessoal. By Ana Catarina Luz.
FORA DE CASA...
É a segunda vez que não me sinto em casa. Pudera! Duas vezes fui abortada do meu lar sem que estivesse preparada para sair de onde estava. Na primeira vez foi a violência humana dos bandidos que me pôs para fora. Agora, a força da Natureza.
O primeiro endereço que morei nesta cidade foi um apartamento e, apesar de ser amplo e lindo, não me senti em casa. Faltou algo por lá que não me acolheu. Depois quando encontrei a casa do jeito, tipo que parece nos abraçar, eu me senti de volta para casa. Mas veio o tempo furioso e abalou a estrutura da casa e da minha vida. E nesta casa atual com tudo de bom que há e pela amizade que me trouxe até aqui, mesmo com tudo isso, não estou novamente em casa!
Sou levada a crer que essa sensação ultrapassa o estado da matéria. É algo espiritual. Na verdade tem que haver casamento entre casa e morador. E vejo que não ocorreu comigo. Incompatibilidade... O pior é que não se encontra casa na cidade depois das chuvas do último verão.
Gosto de Nova Friburgo, mas este lance de me sentir fora do ninho é desagradável. Parece que estou aqui de passagem ou dormindo e que a qualquer momento me vou embora ou desperto deste pesadelo.
“Quem casa quer casa”, pois é! Pode ser que a casa é que não queira nada comigo e fica me deixando assim, fora dela...