28 de jun. de 2011

AMARELECIDAS SAUDADES...


 
Fotografia gentilmente cedida por Pauletto J A

AMARELECIDAS SAUDADES...
Amarelas
a saudade e a rosa
sucumbem-se pétalas
e lágrimas

Rosa e saudade
ambas magoam
têm espinhos
a beleza, porém
que representam
fazem da dor
mero detalhe

Saudade e rosa
as duas queimam
amarelando o coração
recordo o amor
ausente de mim
Dourada flor
abrasa-me o peito
feito o Sol
cuja alma inflama
da lembrança
que renasce
a cada botão
da indelével
imagem
rosa amarela...





25 de jun. de 2011

A DOR, A FALTA, O AMOR...





Foto do meu arquivo pessoal. Solidão da Sabiá.  Em 25/06/2011


A DOR, A FALTA, O AMOR...



Sentir a dor da perda ou do abandono nos faz espremer amargas palavras dento do peito igual a fruta quando extraídos seus sumos ácidos. Sentimos o sabor ruim da separação, mas aos poucos, a esse gosto será acrescentado doses de aceitação e conformidade. E desse jeito a dor será amenizada. 
 
Ninguém está imune a dor. Sejam em gotas ou  generosas doses. A qualquer momento, sem aviso ela chega. A regra é não lhe dar valor excessivo. Se surgir, devemos descobrir de onde veio, como nos chegou e, assim, encontrarmos saídas para que se vá desse labirinto que é o nosso corpo. A começar pelos olhos...
Se a falta toma-nos por ímpeto ou mesmo se chega sorrateiramente,  a solidão instala-se na alma, deixando-nos em sofrida quietude.  Calam-se voz e letras. E petrificado fica o corpo. Total silêncio se faz como aquela noite escura sem estrelas e sem lua. Onde até o grilo, em respeito a ausência sentida, dispensa sua orquestrada apresentação. Compartilhando, assim,  da nossa mudez.
Estar distante de quem amamos, seja por minutos ou para sempre, é eternidade cuja solução é  senão o breve reencontro ou o total esquecimento. Mas quem muito ama consegue apagar as recordações?
Ah, como é suave falar de amor! O amor, essa força, é capaz de dar sentido às letras mortas. Sem vidas. Um ser apaixonado tem olhos que enxergam coisas que ninguém mais consegue ver. Sua alma dança com batidas cadenciadas de um coração em ritmo da paixão, cujos sons só ele ouve.  E na boca já não há mais palavras! Dela saem cânticos de enamorados beijos.
O amor tem esse poder de melhorar tudo com magnanimidade. É tão fascinante que até quem acredita ser desprovido de talento para poesia feito eu, quando apaixonado tem condições para criar grandes obras! Amor é como vinho que adocica a vida dando-nos a leveza da alegria inebriante. Um brinde a ele, então!rs



Djanira Luz

20 de jun. de 2011

COISAS SIMPLES DE AMIGOS...



Imagem do meu arquivo pessoal.

COISAS SIMPLES DE AMIGOS...

Só queria saber por onde anda. Quais cores pintaram para seus dias. Que aroma sente em suas horas felizes. Se a boca amarga quando vem o choro. E se há alguém a lhe adoçar com beijos as tristezas do coração. Há mais soma de risos ou lágrimas em sua estrada? Tantas perguntas. Resposta sequer. Contentaria com uma apenas.  A certeza de tudo bem de mãos dadas com boa companhia em sua caminhada.
 
Ah, para onde levaram de mim? Sem notícias suas, invento-lhe finais bonitos e um mundo alegre de fantasia onde o choro e a solidão não lhe alcançam.

Como estrá cada amigo que a vida espalhou anosde distâncias por diferentes cantos deste imenso Universo, deixando-me  como herança esta saudade que dilacera e faz chorar...


Para Marcos Guidi, Ednei, Cláudia Veneno, Rita de Cássia, Robson, Rosana Lopes, Gerard, Celeste...


E Evandro e Osimar (in memorian),

A todos os amigos que se foram ou andam por outras esquinas distantes das minhas, mas permanecem vivos em mim.

17 de jun. de 2011

QUASE HOMEM!


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QUASE HOMEM!


Está mesmo complicado lecionar nestes novos tempos! Além do desrespeito aos professores, os alunos que pouco sabem e nada se interessam em aprender entendem o que querem ou se fazem tontos para pegar o mestre pelo rabo.

Um aluno adolescente de quinze anos fazia guerrinhas de papel em meio a explicação da matéria. A professora chamou-lhe a atenção pelo tumulto que fazia em sala de aula:
- Miguel! Quase um homem e brincando desse jeito atrapalhando a aula?
Aparentemente irritado e com ares de ofendido, retrucou atrevidamente  em voz alta:
- Professora!!! Por acaso está me chamando de GAY!? Tá duvidando da minha masculinidade? Olha que vou processá-la! Está fazendo bullying comigo...
- Ah, Miguel!  Não faça drama que você entendeu muito bem o que eu quis dizer! - Defendeu-se a professora ao ouvir o absurdo da boca do aluno.
Um colega de sala manifestou-se em favor da professora:
- Pô, cara, ela te chamou de criança! E você tá agindo como criança mesmo!
A professora continuou:
- Viu, Miguel! Seu colega entendeu. Eu disse quase um homem  é porque você está com quinze anos e logo, logo aos dezoito será adulto. Era somente isto.
Depois desse lamentável episódio a  professora entendeu que deveria tomar mais cuidado com as palavras, pois cada um entende o que quer quando a linguagem dá brecha  para outras maliciosas interpretações de mentes oportunistas.

DIAS PARA SER FELIZ!


Imagem do meu arquivo pessoal


DIAS PARA SER FELIZ!


As nuvenzinhas desenham sorrisos brancos. O Sol despertara fazendo-lhes cócegas macias. A cena me faz rir junto com o divertido dia em tecido azul que promete momentos lindos.


Um pássaro desconfiado espia de lá da árvore querendo plateia para o canto sedutor. De soslaio o observo para que sua timidez não o leve longe de mim. Não sabe ele que minha alma canta em resposta ao seu canto. Cantamos os dois. Enquanto alegra o dia com seu gorjeio, meu coração segue o ritmo da felicidade da vida que renasce toda manhã. Há Sol aqui dentro do meu peito. Aquece-me e, como fornalha que faz a Maria-fumaça seguir ligeira, assim meu corpo vibra movido pela beleza do canto do sabiá e das algazarras das nuvens sapecas. Uma graça vê-las deslizando em brincadeiras de roda percorrendo o céu de um lado para o outro.
E esse vento frio! Ah, não ele não maltrata. Sinto-me viva com o gelado no rosto e o arrepio da pele debaixo do agasalho. A vida tem seus dias frios, mas não fixo olhar nem estaciono nas intempéries. Se lá no céu tem diversão que ecoa e anima a minha alma, há festa dentro de mim.
Que bom dia azul com canto do sabiá! A vida é tanto em tão pouco. E a vida nos meus olhos é tão bonita de viver!

14 de jun. de 2011

EXPRESSIVAS MÃOS




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EXPRESSIVAS MÃOS...
Aplaudem. Apalpam. Acarinham. Agridem. As mãos. São expressivas. É possível conhecer o humor ou o estado de espírito de uma pessoa apenas atentado para os movimentos de suas mãos.  São tantas formas representadas por elas. Mãos que oram. Mãos postas em preces agradecidas ou pedintes de  bênçãos ao Pai do Céu. Mãos que socam. Mãos brutas que agridem. Mãos que se afagam entrelaçadas  de paixão. Mãos que se cumprimentam em compreensão mútua. Mãos que matam e mãos que dão vida.
Se não boca sendo ruídas as unhas, o dono dessa mão encontra-se em descontrolada ansiedade. Estalar os dedos denota expectativa. Há espera de alguém ou alguma notícia especial. Cuidado! Mão sendo sacudida em sua direção é bom correr porque o couro vai queimar. Quem já não tremeu só em ver um irmão ou mesmo o pai ameaçando com esse gesto em dar um coça daquelas!

Bom é quando a mão tem o dedão em riste demonstrando tudo vai bem. Deu certo como esperado! Já quando o dedão posto para baixo, desista! Esqueça o fim de semana na tão sonhada ilha paradisíaca. No trânsito violento, o dedo do meio sinaliza tem gente furiosa no volante. É bom conservar a calma e distância desses destemperados.
As mãos são maravilhosos instrumentos! Ligeiras e precisas quando mãos de bombeiros. Salvam e, muitas vezes ajudam vidas novas a nascerem. Construtores com suas mãos fortes e seguras edificam casas incríveis para a nossa proteção. Maravilhosas são as mãos da pessoa amada que nos enchem de suaves mimos. Mãos dos pais são na medida certa. Até mesmo para um corretivo elas só pesam o limite exato para que tenhamos acertos finais. Mãos delicadas são as das criancinhas inocentes que as usam somente para carinhos e para o bem. Essas pessoas fazem o bom uso das mãos. Elas doam amor com o calor de suas mãos generosas.
As piores mãos são as vazias. As que não têm nada a oferecer. Não são capazes nem de secam lágrimas. Não  partilham o alimento para o corpo nem a palavra que alimenta o espírito. Mãos egoístas que não sabem aplaudir para alegrar quem necessita de estímulo. Mãos que cobrem seus olhos para que  não vejam a  tristeza do semelhante. Pobres mãos vazias...
Como são as suas mãos? Que bom se mãos fossem elos onde uma corrente de amor pudesse unir todos os bons sentimentos. Que mundo maravilhoso poderíamos viver e não apenas sonhar com a bela mensagem cantada  em What a Wonderful World na inigualável voz de  Louis Armstrong.
Djanira Luz

7 de jun. de 2011

TODA FEITA DE MÚSICA!

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TODA FEITA DE MÚSICA!

A vida toda foi assim. Movida por música. Para cada palavra ouvida, saía uma canção de sua boca.  Havia quem rejeitasse essa mania de música para tudo.  Pediam-lhe, não raras vezes, que largasse mão da chatice em cantar palavras ditas. E ela? Divertia-se sem se importar com opiniões contrárias. E cantava e cantava e cantava cada palavra por alguém falada.

Incrível sua capacidade de perceber música em tudo à sua volta. O vento varrendo as folhas secas no outono era orquestra. O rio, uma sinfonia de correnteza deslizando ligeiramente feliz. Os pássaros com algazarras, divinas cantorias. Até mesmo as buzinas, apitos, gritos, estampidos, trens, toda essa sonoridade tresloucada da cidade grande era melodia para os ouvidos da apaixonada por musicalidade.

Por tanto amar música, diziam os amigos gozadores, que a Canção de Protesto de Caetano Veloso fora composta todinha para ela. Tomando para si a irônica homenagem, em resposta vivia a cantarolar ”(...) sei que só sei querer viver de amor e música”. E cantava e cantava e cantava qualquer palavra dita. E ria feliz que só ela!

HOMENS AO CHÃO NO FRIO DA NOITE...

      
Imagem do amigo fotógrafo  Severino Silva do Jornal O DIA.
HOMENS AO CHÃO NO FRIO DA NOITE...



Noite fria. Úmida. Retornávamos para casa depois de uma tarde agradável na companhia de amigos queridos.  Desejei um banho bem quentinho e cobertores para aquecer o corpo. Mais adiante, porém, uma cena esfriara completamente minha alma. Dois homens, deitados no chão duro e frio, enrolados em cobertores rotos.
Consternados, o carro encheu-se de silêncio e olhares compassivos para eles. Tantas perguntas silentes em nós. Meu filho querendo entender com perguntas o motivo daqueles homens lá fora na fria noite de chuva. O que os levara a uma carência de vida? Vício? Desamor? Desilusão? Insanidade? Desemprego? Tragédias naturais que destruíram muito mais do que um lugar para morar? Não importa qual a razão daquele fim. Eram vidas jogadas como restos dos destroços nas enchentes. Tipo coisa que ninguém quer por não estar em bom estado ou aquilo que não se deseja ver nunca mais.
Dilacerante esta dor de impotência por não poder fazer muito. Um prato de sopa. Um cobertor. Um agasalho. Uma palavra que inflame o espírito. Mas e a dignidade do ser? A integridade do homem? Quem pode devolvê-la? Há quem possa! Mas haverá quem faça?
Aquela cena não se apaga. Está bem viva ali, lá, aí, aqui e além. Em toda parte corpos estendidos no chão. E estão vivos! Ou não!? Talvez os corpos estejam vivos, mas a alma... Ah, pobre dessa alma que se deita sem esperança do amanhã ou cuja esperança, se houver, seja por mais um prato de sopa ou um cobertor que lhe cubra outra noite fria de alma congelada.
Sinal abriu e vivi a noite mais fria da vida. Olhei aqueles homens no frio da noite com olhos de amor fraterno. É! Eles poderiam ser um filho meu. Uma irmã. Meu pai. Meu amigo. Ou até ser mesmo eu e você.


3 de jun. de 2011

LETRAS CONFORTÁVEIS DE SÊDA...


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LETRAS CONFORTÁVEIS DE SÊDA...
Feliz, as palavras escorriam ligeiras. Soltavam de dentro de si macias como macios eram os lençóis de seda que confortavam seus sonhos. As letras seguiam por diferentes direções. Cada um que lia os textos do escritor, compreendia de uma forma distinta.
Fosse criança que lesse, só enxergaria a pureza e graça nas mensagens. Adulto, malícia que é, veria mais do que as letras queriam transmitir. Ah, o idoso... Ele leria as palavras feito bula querendo remédio para suas amarguras.  Fosse um sonhador a ler, veria castelos com suas bonitas princesas ou navios com piratas e runs em cada vírgula. Já o solitário, oh dó, avistaria um deserto sem oásis mesmo lendo sentenças completas de esperança cristalina!  Fosse o triste a ler, nem enxergaria lá além do mar azul ou os campos de flores em escritas multicolores, as suas lágrimas embaçariam toda frase de felicidade possível. Para ele tudo é o fim. Nada de continuação ou possibilidade do melhor depois. Só vê o ponto final. 
Apaixonado que dá gosto de se ver lendo cada sílaba, pois esse tem o dom de ver tudo mais belo, tornando poesia as reticências por conta do amor no peito. Seus olhos não conhecem o feio ou a dor. No coração de quem ama, só alegria e beleza.  Felicidade lá não tem fim.
Ah, as palavras... Correm soltas do escritor na medida certa, feito lençol macio de sêda envolvendo leitores. Deite você os olhos sobre as letras de um livro e aproveite o conforto das mensagens!rs

Djanira Luz

A BORBOLETA AMARELA QUE AMAVA O CÉU! (A lenda da rosa azul por Djanira Luz...rs)


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A BORBOLETA AMARELA QUE AMAVA O CÉU! (A lenda da rosa azul por Djanira Luz...rs)


Uma bela Borboleta amarela há dias voava desolada entre as flores de um bonito jardim sem lhes dar a mínima atenção. O motivo de visível desamparo era a paixão sentida pelo Céu, cujo maior desejo era beijar-lhe a face azulada de felicidade. Suas pequeninas asas a impedia de alcançar seu maior desejo. Como conseguiria ela,  frágil que sendo,  viajar ao infinito?
Ziguezagueando em voos rasantes seguia ela seu solitário destino de viver sem conseguir estar bem perto do Céu amado. E de lá do alto, o Céu, o amor pela Borboletinha correspondia.  Conhecia, assim como ela, as impossibilidades que impediam de acontecer aquela excepcional união. Como poderia ele, imensidão que era, conseguir viver o amor com aquele pinguinho de Sol alado? Havia muito mais do que a distância nessa incapacidade de amar.
Em um dia de muitas nuvens, onde o cinza roubara o sorriso do Céu, ele com o coração cheio de amor, chorou. E uma lágrima delicada azul desceu quentinha penetrando no chão fofo da Terra. Algum tempo depois, no lugar onde lágrima do Céu caíra, nasceu uma flor de beleza extraordinariamente singular. Uma rosa azul!
Era manhã de Sol claro,  voava solitária e desiludida a Borboleta amarela. Entre choros e lamentos, ela se deparou com algo realmente belo. Imaginou como pôde não ter notado antes tamanha graça entre as flores do jardim. Uma rosa azul! Era um pedacinho do Céu em flor. E pela rosa azul suas asas bateram apaixonadas.
E bem lá nas alturas, o Céu em esplendor explodia  com
intenso azul jamais visto! O Céu inteiro sorria por conseguir viver o amor entre a Borboleta amarela e ele através do pedacinho do céu na Terra, a rosa azul.
Feliz, a Borboleta ficou a bailar em tono da flor amada, azul de paixão!
Djanira Luz
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