2 de abr. de 2009

SEM SOMBRAS DO PASSADO...


SEM SOMBRAS DO PASSADO...



Olhar fotografias antigas, sobretudo de crianças, faz-me ficar um tanto nostálgica... Há um motivo forte para isso.

Quando meus filhos nasceram foi que percebi quanto faz falta uma fotografia. Por ela poderia ver se meus filhos eram parecidos comigo quando eu tinha a mesma idade deles. Poderia, pois eu não pude fazer essa comparação por que não tenho nenhuma foto da minha infância a não ser a partir do ano em que comecei a estudar e que era exigido uma fotografia para matrícula da escola.

Lembro-me de ficar questionando mamãe:

- Mãe, como eu era quando bebê? – Aos seis anos não entendia por que a maioria dos meus coleguinhas tinha fotos e eu não.

Mamãe dizia que naquela época as coisas eram mais difíceis e dava algumas explicações que me convenciam, mas por pouco tempo. Sempre fui curiosa, argumentadora e não adiantava me dar um “por que sim” que eu não arredava o pé até que me convencesse de que aquela resposta me satisfazia.

Até hoje não sei se meus filhos se pareciam comigo quando criança. Dizem que sim. Meus pais, os meus irmãos velhos, minhas tias, essas testemunhas oculares...

Outro dia até falei com um amigo que é “expert” em computação, ele faz aquele ator da Zorra Total “Salsichão” da Lady Kate, virar um Brad Pitt. Então, falei com esse meu amigo se não havia uma jeito, dele munido de toda essa parafernália moderna da informática, me reinventar, ou seja, fazer uma montagem para criar a Dja bebê, a Dja menina antes dos seis anos. Dja de zero a seis, foi minha proposta. Ele riu.

Mas, segundo o meu amigo, ficaria assim tipo um retrato falado. Porém, como saber falar de um nariz, de uns olhos e bocas de um bebê que nunca vi?

“-Esquece...” - Disse para o meu amigo.

Sinto como se eu não tivesse um passado, como se alguém roubasse uma parte da minha história de vida...

Por conta disso me tornei uma aficionada por fotografias. Tiro foto até de teias de aranhas nas minhas samambaias, de placas divertidas por essas estradas... Dos meus filhos, nem se fala! Acho que até por essa minha “neura” por fotos, estou desenvolvendo neles a fobia a fotografias...

Hoje eu só gosto de ficar atrás da câmera. Já que não tive a melhor fase registrada, prefiro não me deixar fotografar. Para quê se não pude me comparar a meus filhos e não vou poder me comparar as mudanças a serem feitas pelo o pai tempo em mim desde a tenra idade.

Fotografo tudo e todos, menos eu. Algumas fotos são aquelas obrigadas. Fotos para documentos, de família, de festinhas. Fora isso, estou detrás da lente captando e documentando cada momento, sem perder nada.

Outro dia revendo uns álbuns antigos, encontrei uma foto minha aos sete anos. Aquela foto em que o aluno de escola pública ficava sentado numa mesinha com a bandeira do estado, atrás dele, a bandeira do Brasil ou imagem do Pão de Açúcar. Quando eu vi, morri de rir, não parei por bons longos minutos e disse para mim mesma:

“-Nooooossa! Que Djanira mais feia!!!” – Na foto só via olhos e um rosto branco redondo. Não que eu tenha melhorado com o tempo, mas aquela foto estava de doer... Até me conformei em não ter tido fotos de “eu bebê”. Imagina saber que eu era parecida com um “filhote de cruz-credo”...rs

Essa minha mania de fotos é devido a carência da infância. Quando não temos aquilo quando criança ou quando não temos condições financeiras, a primeira coisa que fazemos quando melhoramos de vida, é sermos exagerados naquilo que nos faltou.

Fico pensando na Madona e naquele jeito exagerado de usar trezentas toalhas em seu show... Coitada! Talvez tenha sido essa a carência dela. Devia se enxugar com uns “trapinhos véios” e depois que ficou mega-mega tudo, mega popular, mega-star, mega-rica, feito eu com minhas fotos, ela exagera é nas toalhas...

Bem, e você tem seu passado registrado? Também é exagerado em alguma coisa por conta de uma carência em sua vida? Quer partilhar?

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;Djanira LUZ

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