Desde bem pequena fui bem curiosa. Gostava de saber o porquê de tudo muito além do que é natural das crianças em fase de descobertas. Havia um relógio de carrilhão de parede na casa onde cresci, e eu passava bom tempo tentando imaginar como era possível as engrenagens executarem as badaladas sonoras com exata precisão das horas. Tantas vezes eu subia na cadeira, abria a porta de vidro do relógio carrilhão reguladora para ficar admirando os martelinhos subindo e descendo fazendo aqueles sons maravilhosos que eu tanto gostava. Lembro-me bem quando o relógio parou de tocar, e papai chamou um técnico para fazer o reparo. Eu não saí de perto do senhorzinho. E não parava de lhe fazer perguntas:
- Qual o defeito do relógio? Vai ter jeito?
- O problema é no cabelo... Vai sim, menina.
- Cabelo? Relógio tem cabelo!?
Fui interrompida por mamãe dizendo amavelmente:
- Deixa o senhor trabalhar em paz, Dja!
E olhando para o relojoeiro, ela completou:
- Esta menina é muito curiosa...
Então, em minha defesa, o senhorzinho falou sorrindo:
- Pode deixar, ela é inteligente. Pessoas curiosas fazem grandes descobertas.
Fiquei feliz porque pude aprender muito sobre a parte interna do relógio. Depois do consentimento do relojoeiro, mamãe parou de tentar me tirar de perto dele. Tive a explicação que cabelo, na verdade, era uma mola.
O som daquele antigo carrilhão ainda ecoa nas minhas memórias. Posso ver os martelinhos subindo e descendo fazendo surgir a melodia das horas. Imaginava haver alguns minúsculos seres dentro do relógio que martelavam produzindo o som. E quando o senhorzinho falou naquele dia sobre cabelo, minha cabeça sonhadora logo pensou - bem que sabia que havia gentinha lá dentro -.. No entanto, a explicação desmanchara a minha lúdica fantasia...
Após longos anos, adquiri um antigo relógio carrilhão de mesa. Um lamento saber que ele não é querido por todos. A maioria das pessoas rejeita seu badalar. Muitos dizem incomodar-se com o barulho. Nosso compadre José Augusto ao nos visitar, não conseguindo dormir, colocou o pobre relógio dentro do forno. Além de trancar as duas portas, da cozinha e da sala para, segundo ele, conseguir dormir. Quando acordamos e encontramos o relógio dentro do forno, demos boas risadas!
Eu ainda gosto do som do carrilhão, e sei que esse amor vem de uma memória afetiva, como nem todos apreciam na família, ele passa maior parte do tempo silencioso. Em minhas lembranças, porém, ouço tocar aquele antigo carrilhão do meu velho e amado pai.
- Qual o defeito do relógio? Vai ter jeito?
- O problema é no cabelo... Vai sim, menina.
- Cabelo? Relógio tem cabelo!?
Fui interrompida por mamãe dizendo amavelmente:
- Deixa o senhor trabalhar em paz, Dja!
E olhando para o relojoeiro, ela completou:
- Esta menina é muito curiosa...
Então, em minha defesa, o senhorzinho falou sorrindo:
- Pode deixar, ela é inteligente. Pessoas curiosas fazem grandes descobertas.
Fiquei feliz porque pude aprender muito sobre a parte interna do relógio. Depois do consentimento do relojoeiro, mamãe parou de tentar me tirar de perto dele. Tive a explicação que cabelo, na verdade, era uma mola.
O som daquele antigo carrilhão ainda ecoa nas minhas memórias. Posso ver os martelinhos subindo e descendo fazendo surgir a melodia das horas. Imaginava haver alguns minúsculos seres dentro do relógio que martelavam produzindo o som. E quando o senhorzinho falou naquele dia sobre cabelo, minha cabeça sonhadora logo pensou - bem que sabia que havia gentinha lá dentro -.. No entanto, a explicação desmanchara a minha lúdica fantasia...
Após longos anos, adquiri um antigo relógio carrilhão de mesa. Um lamento saber que ele não é querido por todos. A maioria das pessoas rejeita seu badalar. Muitos dizem incomodar-se com o barulho. Nosso compadre José Augusto ao nos visitar, não conseguindo dormir, colocou o pobre relógio dentro do forno. Além de trancar as duas portas, da cozinha e da sala para, segundo ele, conseguir dormir. Quando acordamos e encontramos o relógio dentro do forno, demos boas risadas!
Eu ainda gosto do som do carrilhão, e sei que esse amor vem de uma memória afetiva, como nem todos apreciam na família, ele passa maior parte do tempo silencioso. Em minhas lembranças, porém, ouço tocar aquele antigo carrilhão do meu velho e amado pai.
Confesso que eu também gosto do som do carrilhão... Gosto dessas boas sensações que nos levam no tempo em busca de nós mesmos e dos que nos foram e são caros!
ResponderExcluirUm abraço carinhoso
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