30 de jan. de 2012

UMA CRÔNICA FALANDO DE AMAR!

Imagem do brilhante fotógrafo e amigo Severino Silva - Jornal O DIA.

UMA CRÔNICA FALANDO DE AMAR!




Se presidente fosse capaz de mudar a mentalidade de um país, resolver a crise mundial, expurgar toda política podre para longe do seu governo, eu queria ser! Se médico pudesse todas as curas e soubesse todos as respostas para os males, se visse paciente como gente, nunca como cifras, eu queria ser! Se advogado fosse imparcialmente justo em suas causas, defendesse com honradez e ética, com olhar para o cliente tendo ônus em segundo plano, eu queria ser!

Ah, eu queria ser algo incrível, coisa assim que revolucionasse o mundo! Nem precisava ser um descoberta excepcional como a cura do câncer ou do fim da calvície e do nunca mais obesidade, esses grandes vilões da modernidade. Antes, puxa, queria modificar o coração de quem não sabe amar ou se cansou de sorrir ou de esperar novos e agradáveis amanhãs. E transformar esses corações que só plantam guerras distribuindo ódios, mágoas, revoltas, desuniões. Coisas feias e más, desnecessárias para vida plena.

É! Eu queria mesmo ter o talento de fazer o bem, mas que esse bem não fosse algo efêmero que dura apenas o tempo de um abraço ou assim dias findos das tão sonhadas férias! Não! Queria muito ter uma fórmula incrivelmente exata capaz de acabar com a dor da alma, a tristeza do espírito, a solidão do pensamento. Essas dores que tornam as horas insuportáveis e os dias sem luz nem cor...

Como não posso ser nem tanto quanto sonha alto minha imaginação, fico sendo eu mesma com o fino propósito de ver mais gente felizes e menos choros ao meu redor neste Universo que me cabe. Distribuo este o amor que lhes dedico todo o tempo que disponho de vida. E viva e viva e viva!


Djanira Luz

25 de jan. de 2012

TEMPEROS CAUSAM ENJOOS E UM GRANDE AMOR!


Imagem retirada da busca Google. Caso seja sua criação e não autorize postá-la, avise-me por favor, que retirarei imediatamente. Obrigada!


TEMPEROS CAUSAM ENJOOS E UM GRANDE AMOR!



Dazinho era muito chato. Não chato de querer tê-lo distante de mim ou de desaparecer do Planeta. Chato de garoto enjoado. Acreditava que metada da culpa dessa enjoança provinha da sua mãe que tudo fazia em mimos ao filho querido. Deixando-o assim entediante chato. Nas vezes em que ia em sua casa, era um suplício na hora das refeições. Se tivesse um fiapinho que fosse de cebola, cebolinha, salsinha, pimentão, alho ou qualquer outro tempero, Dazinho fazia aquela cara de garoto enjoado chato! Dava vontade de enfiar a mão na fuça dele para ele largar de ser tão fresco.

Uma vez ele quase vomitou em cima de mim. Por pouco! Foi coisa milésimo de segundo. Deve ter lembrado do aviso-ameaça que havia lhe feito “se vomitar em cima de mim vou lhe dar uma bicuda que vai ficar com um ovo roxo nessa sua canela fina por uma semana!”

Tinha vezes que mordia minha língua para não lhe chamar de qualquer coisa “mulherzinha”. Pensava em sua mãe e achava como ficaria muito triste ouvindo seu filho sendo ofendido. Mas que em pensamento eu chamava de bichinha, eu chamava! Era coisa só de pensar, não que eu achasse que ele fosse assim mulherzinha. Em outras situações achava Dazinho até
muito mais homem que os garotos das séries acima da nossa.


Apesar do seu jeito chato de não comer temperos, Dazinho era muito educado e na casa dos amigos não fazia careta ou reclamava, apenas tinha a paciência de Jô de tirar fiapo por fiapo, tempero por tempero e deixar na beirado do prato sem que os donos da casa percebessem. Um dia quando esteve em minha casa, depois da trabalheira que teve em separar o joio do trigo, quando meus pais sentaram-se conosco à mesa, eu bem misturei tudo em seu prato e fiz aquela cara de abusada para ele “e agora, hein!?”. Dazinho ficou vermelho como o pimentão da salada fria! Polido que era, foi comendo as carnes, deixando o arroz, a farofa, os legumes de lado e foi enrolando até a hora da sobremesa. O danado do Dazinho não comeu nem os temperos, nem a comida, largando tudo no prato!

Passaram-se os anos. Das aulas do Ensino Fundamental chegamos ao final do Curso Superior! Como tudo, um dia a frescura do meu amigoi haveria de acabar. Isso se deu quando conheceu Chriska, uma garota expert em culinária exótica. Dazinho apaixonou-se pelos encantos da menina. Quem o via experimentando os pratos que a bela Chriska preparava nem acreditava que aquele Dazinho chato de enjoado, comia de tudo, inclusive os odiosos temperos que tanto rejeitou desde a infância.

Foi com Dazinho que tirei mais uma lição desta vida. Sempre soube dos poderes benéficos e milagrosos do amor, mas foi com ele que aprendi que o amor cura até mesmo enjoança! Bendita seja sua amada Chriska! 

21 de jan. de 2012

SOFRIMENTO E CASTIGO DAS DEPENDÊNCIAS...


Imagem retirada da busca Google. Caso seja de sua autoria e não autorize postá-la, avise-me por favor, que retirarei imediatamente. Obrigada!


SOFRIMENTO E CASTIGO DAS DEPENDÊNCIAS...

Acredito não haver pior sofrimento e castigo que a da dependência. Dependência química. Dependência financeira. Dependência afetiva. E dependências tantas outras que existem.

Depender de algo ou de alguém dá a sensação de estarmos presos a pesos que nos impedem de irmos a lugares que gostaríamos ou de fazermos o que nos é realmente agradável. É um peso imenso, maior do humanamente suportável. A dependência prende-nos sufocando a vida. Rouba-nos a liberdade. Leva-nos os sorrisos e as alegrias das horas.

Quando dependentes, a alegria, os sonhos, o lado bom de viver, nunca são nossos. As únicas coisas legítimas nossas são o sofrimento e as lágrimas. E nem as lágrimas suportam permanecer no corpo de quem sofre. Elas fogem pelos olhos em fugas velozes!

Alegria é quando nos desgarramos dessas amarras e podemos ser senhores de nossos atos e vontades! Por isso devemos lutar para essa conquista. Nem sempre caminho curto ou luta fácil. A liberdade têm sabor agradável e a batalha pela vitória por mais cansativa e árdua, deve ser estímulo diário para independência feliz.

17 de jan. de 2012

CRÔNICA DOS ANOS QUE VIRÃO...


Imagem retirada do site http://www.cafenobre.com.br/presente3.htm Caso seja sua criação e não autorize postá-la, avise-me por favor que retirarei imediatamente. Obrigada!

CRÔNICA DOS ANOS QUE VIRÃO...

Enquanto não chegam as horas do Novo Ano da minha vida, enquanto estou aqui no meu réveillon, tento imaginar como será o amanhã, assim como tentou o compositor João Sérgio em seu belo samba de enredo “O Amanhã”.

Sobre o que me virá, quem poderá responder? Creio, ninguém. Também, que graça teria se soubéssemos o que há dentro de uma bela caixa de presentes antes de abrí-la? Privar-nos do prazer da expectativa é apagar da mente essa capacidade linda de sonharmos, de imaginarmos quão poderá ser belo nossos dias e agradáveis nossas horas!

Na minha velha idade que está com suas horas contadas, tive muitos momentos tristes e de grandes perdas. Apesar de poucos dias realmente belos, sempre pude sorrir no fim de casa história vivida. Houve dor. Houve perda. O otimismo e a fé, porém, prevaleceram.

Amanhã, uma Nova Vida se abrirá em leques sobre minhas horas. Turbilhões de sentires. Multiplicidades de eventos. Diversas histórias estarão prontas para serem provadas por mim. Venha o que vier. Seja o que tiver de ser. Não desejo mais tanto da vida, a não ser que meus filhos vivam felizes e em paz e que, meu coração nunca canse de amar. Estes realmente são os melhores presentes que posso desejar desembrulhar nos dias que me virão em surpresas. Sem que eu possa adivinhar como será o meu amanhã...

13 de jan. de 2012

HORA DO FIM...





Imagem do admirável fotógrafo Severino Silva

HORA DO FIM...


Tenho nos olhos o adeus
mas meus pés não sabem seguir em frente
Sinto o desejo de partir
mas o medo prende-me onde estou
Sei que é hora da despedida
mas há mil interrogações atrás dos muros
Vejo o fim nos meus dias sem brilho
mas penso menos em mim do que deveria
e aí vou carregando nos ombros felicidades de outros
enquanto a minha vai voando para longe de mim
no adeus da coragem que me falta...

12 de jan. de 2012

AS RUÍNAS DE NOVA FRIBURGO...

                                Imagem do amigo, o brilhante fotógrafo Severino Silva Silva, Jornal O DIA.


AS RUÍNAS DE NOVA FRIBURGO...

12/01/2012

Um ano se passou e, na verdade, parece que o velho ano continua aqui com seu corpo cansado e doentio. Sinto isso em cada rua que passo. Vejo a sombra de 2011 nos rasgos dos morros, nos montes de entulhos e nas estradas destruídas. Triste chegar a 2012 com a mesma roupa velha do ano passado na geografia da cidade!

Um ano se passou e nada de melhorias a não ser disfarces para “inglês ver”. Como se turistas fossem idiotas cegos desinformados. Vejo marcas e feridas nos rostos de gente de bem sofrida pelas perdas de parentes, de amigos, de vizinhos e de seus bens materiais. Gente maltratada pelo descaso das autoridades que nada fizeram e pouco se importam com a dor dos órfãos, das viúvas e dos viúvos, dos desabrigados. Até quem nada perdeu sofre em ver a cidade abandonada como está!

Nova Friburgo, lugar de ser feliz!? Sério? Acho que não mais. Ao menos por enquanto, não. Lugar sim, infelizmente, de gente preocupada e com medo. De gente com incertezas do amanhã e de como será o depois. De gente desacreditada em conversas e mais conversas. Gente querendo ver ações concretas em obras sendo feitas e finalizadas. Do contrário é melhor as autoridades investirem é no turismo das ruínas de Nova Friburgo, pois a cidade parece abandonada com seus restos de destruição por todos os lados...



Como ficou minha roupa na hora do desabamento da casa onde eu morava. Antiga residência do Olney Botelho, rua General Andrade Neves.




























8 de jan. de 2012

TRISTEZA DE FÉRIAS!

                                                          Imagem do amigo e brilhante fotógrafo SEVERINO SILVA

TRISTEZA DE FÉRIAS!

Nem tudo sonhado virou verdade. O que o desejo queria pouco foi realizado. Nem todas as vitórias foram minhas. Não sorri todas as alegrias. Nem dancei todas as músicas. A voz desafinou tantas notas e não cantei o melhor tom. Nem tudo saiu como esperado. Não obtive todas curas, nem me livrei dos perigos. Nem tudo foram milagres... Mas eu vivi intensamente o que me veio!

Não dividi as dores, mas partilhei minhas horas felizes e vi brotar risos em quem nem sabia sorrir! Não contei dos meus fracassos, mas espalhei minhas conquistas aos quatro cantos e animei quem já estava sem esperanças! Não mostrei minhas cicatrizes, mas publiquei minhas melhores imagens e olhos extasiados vibraram junto por tanta beleza! Não revelei as mágoas, mas demonstrei o perdão e vi perdões serem dados a partir do meu!

Os dias foram mais para lágrimas que para gargalhadas, mas eu preferi deixar a tristeza dentro da gaveta da memória bem trancada e abri portas e janelas para a felicidade entrar, mesmo que ela fosse assim passageira visita de médico. Quando o choro queria chegar amargando a boca e vida, eu engolia seco e pedia licença para a tristeza dizendo que o meu coração não combina muito com dor...

Nem tudo foi só alegria, mas ainda bem que tristeza tirava umas boas férias de mim!

6 de jan. de 2012

Obidel i clos-clos, prima Inês!



Imagem arquivo pessoal - 02/01/2012

Obidel i clos-clos, prima Inês!


Muita risada surge quando olho para trás dos meus dias e me lembro dela. A prima Inês. Era uma figura! Engraçada, uma porralokinha que só ela e mais ninguém neste mundo. Tinha uma lábia para inventar histórias e um talento para nos fazer acreditar em cada sílaba saída de seus lábios. Não era perfeita. Aprontou tantas e todas quanto pôde. No entanto, Inês era amada por muitos. Meus irmãos e, principalmente minhas irmãs e eu a amávamos uma quantidade. Ela nos seduzia com seu jeito fácil de inventar histórias e brincadeiras. Era mais que nossa prima, era nossa líder! Mais velha e mais esperta, era grande a admiração que tínhamos por ela que seus deslizes tornavam-se tão microscópicos às nossas críticas.

O que eu mais admirava na Inês, era o seu coração. Tinha um coração enorme! Vivia sorrindo e contando casos cômicos fazendo-nos rir com seu modo divertido de tornar as coisas mais engraçadas. Era também muito bondosa e despojada. Mesmo gostando de um objeto, doava-o para fazer feliz alguém triste ou doente.

Creio que minhas irmãs e eu nunca nos esqueceremos daquela linguagem que prima Inês inventara. Na mente dela, era uma nova a forma de falar outra língua, já que não sabíamos falar o Inglês. Então Inês nos ensinou a  falar assim:  “Obidel i clos-clos”. Com um detalhe importante, não podia simplesmente falar “obidel i clos-clos”, era preciso falar forçando a garganta. Por ser bem pequena, eu não conseguia falar tão bem quanto minhas irmãs de dez ou doze anos de idade, pois doída minha garganta. Não importava, eu falava do meu jeito pequena de ser!

Hoje a lembrança da Inês veio machucar meu coração. Enquanto a chuva caía sobre o solo, as lágrimas escorriam de mim. De repente aquela palavra estranha que a Inês inventara saiu da minha garganta fazendo-me rir.  Enquanto voltávamos de Minas contei esse episódio da minha história para meus filhos que não pararam de rir. Acho deve ser arte dela quando cai tanta chuva assim. E olhando para o céu, falei para Inês:

- É prima, você deve estar fazendo os anjos chorarem de rir aí em cima!

Prima Inês era assim, toda doida e toda alegria. Nem muito santa, nem toda certa, mas de um coração que não me cabe!
Powered By Blogger